domingo, 26 de setembro de 2010

Fala Jovem

   No post do dia 7 de setembro , mostramos jovens que votarão ou já votaram, sem seu voto ser obrigatório, ou seja, o chamado voto facultativo.
   Agora, faltando apenas uma semana para as eleições, o que será que os jovens esperam para 2011? Estariam confiantes? Ou já nem prestam atenção em política?
   Confira o que eles acham no vídeo abaixo: Fala Jovem!



Dicas:

No site Agravo, o economista Eduardo Simas, avalia a participação do jovem atualmente na política. Confira!

Não perca também: segundo a matéria da jornalista e cientista política Bertha Maakaroun, para o jornal Estado de Minas, pesquisa mostra que 82,3% dos jovens de BH têm pouco ou nenhum interesse na política. Você pode conferir também o blog dela de política no endereço http://www.dzai.com.br/blogdabertha/blog/blogdabertha.

E não se esqueça: para votar no dia 3 de outubro, é preciso levar título de eleitor e documento com foto. Fique ligado!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Vamos falar sobre voto facultativo?


O ano de 2010 é de eleição e muitos são aqueles que mesmo não sendo obrigatório o seu voto, irão mesmo assim, às urnas, em outubro. E você, já pensou nisso?

        “Eu quero manter a democracia”, são as palavras de Carlos Fabiano Braga, escritor de 70 anos. Fabiano Braga se lembra até hoje, quando foi seu primeiro voto. Em 1958, aos 18 anos, ele votou pela primeira vez para escolher o prefeito de Belo Horizonte. Só diz não ter certeza de quem era o candidato. Para eleitores como Fabiano, que tem 70 anos, ou mais, jovens de 16 e 17 anos e analfabetos, o voto é facultativo, ou seja, não é obrigatório.                                             
 
        Segundo os dados cedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), referentes a uma pesquisa sobre o eleitorado brasileiro, realizada em agosto de 2010, Minas Gerais tem 14.522.090 eleitores, sendo 2447.339 destes, da faixa etária dos 16 e 17 anos. A estudante Nicole Seno Barreto, 17 anos, irá votar pela primeira vez este ano. “Por me sentir uma cidadã que se preocupa com o futuro do país e por saber que meu voto é importante para ajudar na melhora deste, me sinto privilegiada por poder optar em votar antes dos meus 18 anos”, diz ela.
                                                                       
                                                                        Mérian Provezano
Nicole Barreto se diz ansiosa para votar pela primeira vez.

       João Alberto de Magalhães Franco, 19 anos, estudante de Engenharia de Controle e Automação, votou pela primeira vez, antes dos 18 anos. Ele considera o voto um instrumento para se exercer a democracia e um direito que todos tem. A influência de seu avô, que foi político e sempre conversava com ele à respeito, também foi muito importante para formar sua opinião. “Se eu tenho o direito de escolher quem vai governar, porque não exercê-lo? A sensação é a que você pode fazer a diferença, que mesmo pequena, tem influência ao eleger os governantes”, afirma João.
                                                    
                                                        Mérian Provezano
João Magalhães exibe seu título de eleitor.

      Marina de Maria, pedagoga aposentada, 74 anos, que ainda comparece às urnas, recorda um fato interessante que acontecia quando começou a votar. “Naquela época, era muito difícil. Era preciso pegar uma senha e esperar ser chamado. Haviam vezes, que esperávamos até de madrugada”, diz Marina. Em Minas Gerais, são 1.092.714 eleitores com 70 anos ou mais. Virgílio Duval, 87 anos, faz questão de continuar votando. Para ele, um voto pode fazer toda a diferença. “A gente tem que fazer uma escolha e fazer a escolha certa. Por um voto se ganha. Por um voto também se perde.”

Palavra do Especialista

      O Doutor em Ciências Políticas, Malco Camargos, professor da PUC Minas e estudioso das razões do voto acredita que tanto a obrigatoriedade do voto, e em algumas faixas etárias, este ser facultativo, fazem com que a qualidade deste aumente. Para ele, é a partir do voto que o cidadão pode se posicionar para ajudar a definição dos rumos da cidade, do estado e do país que ele vive.
      De acordo com Malco Camargos, o que cabe a cada um, no exercício da cidadania, é procurar ter mais condições de avaliar o seu voto, pensar se aquele cidadão que foi eleito mereceu ou não ser escolhido e se deve continuar como representante. “No exercício do voto a cada ano, o eleitor vai aprimorando a qualidade do seu voto. Ele pode pensar que aquele político que ele votou deu o retorno que ele esperava ou não. Então, nesse exercício de ficar repetindo o ato do voto, ele se torna um melhor eleitor e com isso um melhor cidadão”, comenta.
       Referente ao fato do voto ser obrigatório, ele afirma que este faz com que as pessoas, necessariamente, participem da política e, com isso, melhorem a qualidade do processo eleitoral. “Se pensarmos no cidadão do Amazonas, que tem que pegar um barco para chegar no local, é um esforço muito grande, o que levaria essa pessoa a não querer participar do processo. O voto não obrigatório excluiria essas. Excluir essas pessoas é excluir a vontade política delas. E excluindo a vontade política delas, não teria um serviço publico direcionado a elas e elas continuariam na marginalidade, tal como estiveram por muitos anos neste país.” Para Camargo, o voto obrigatório em um país que tem desigualdades sociais discrepantes, tem um componente educacional.
         Uma modernidade é o que o especialista diz sobre o voto facultativo, levando-se em conta o desenvolvimento social e a desigualdade educacional do país. Um fator importante do voto facultativo para ele, é o jovem de 16 e 17 anos ter a opção de poder votar ou não. “Eu acho importante esse passo do voto facultativo, porque abre a oportunidade de pessoas, mesmo antes da idade obrigatória, de participar do processo eleitoral. Então, eleitores mais jovens, mais engajados politicamente, já podem iniciar sua participação política aos 16 anos.”

Dicas:

Siga Malco Camargos no twitter e acompanhe seus comentários sobre as eleições 2010. 

Dúvidas? Confira o Guia do Eleitor disponibilizado pelo TRE-MG.

E não se esqueça: para votar no dia 3 de outubro, é preciso levar título de eleitor e documento com foto. Fique ligado!